Porém
agora permanecem estas três coisas: fé, esperança e caridade.
Porém, a maior delas é a caridade. Cor 13,13
Esperança
e expectativa são coisas muito próximas, mas com uma diferença
essencial: a expectativa é baseada em probabilidades, algo que,
conforme um projeto, um histórico, etc... tem tudo para acontecer,
mas, como está no futuro, guarda um grau de incerteza.
Já
a esperança é baseada na Fé, na confiança.
Um
exemplo para entendermos melhor:
Imagine
você em um carro, você precisa parar e pisa no freio. Você tem a
expectativa de que ele vai parar o carro, porque foi projetado para
isso, você faz as manutenções periódicas, e ele sempre parou o
carro, logo, tudo indica que desta vez vai parar de novo.
Mas,
por alguma razão, o freio não atuou. A certeza foi embora.
O
que surge então? A esperança de que outra coisa vai parar o carro.
O
que seria esta outra coisa? Bom isto é outra divagação.
Cada
um deposita sua esperança no que lhe é peculiar.
No
meu caso, em particular, minha esperança é em Deus, pois a minha fé
é direcionada a Ele, porque fé é isto, é confiança.
Alguém
já disse que a esperança não é a última que morre, e sim a
última que nasce.
Quando
tudo aquilo que era concreto e certo desaparece, quando o esteio rui,
quando o chão afunda, quando a saúde vai embora, começa a nascer a
esperança.
E
o tamanho desta esperança é proporcional ao tamanho da nossa fé,
que por sua vez, é respondida de acordo com o objeto da nossa fé.
Alguns
tem fé no dinheiro, afinal o dinheiro compra tudo. Outros tem fé
nas autoridades, que afinal mandam em tudo. Outros tem fé na
amizade, afinal os amigos são para todas as horas.
A
lista é grande.
Mas
todas estas coisas, são coisas. No fundo também são expectativas,
por que são baseadas em históricos e probabilidades, e são
humanas, o que piora tudo. São falíveis.
Já
a fé em Deus é baseada no Imutável, nAquele que criou tudo e
todos, no Onipotente, Onipresente e Onisciente.
Saiamos
do exemplo dado acima, porque nele o tempo de resposta é curto.
Vamos
pensar em formas mais belas da esperança.
A
esperança de trazer de volta ao caminho reto um filho desorientado.
Ou o restabelecimento da saúde de um ente amado.
São
esperanças que temos, sustentadas pela nossa fé nO Criador.
Mas
a resposta a nossa esperança requer alguma contra partida.
O
Criador não exige um pagamento em troca, mas nós precisamos nos
colocar em posição de receber a resposta à nossa esperança.
Paulo,
num de seus voos ao alto, escreveu o lindo poema que é o capítulo
XIII, na primeira epístola que escreveu ao povo de Coríntio. Neste
capítulo, quando ele fala nas três virtudes teologais, fé,
esperança e caridade, nos dá o caminho para nos colocar em condição
de receber as respostas às nossas esperanças. A maior das três
virtudes, a Caridade.
E
vai além, quando descreve o que é caridade, de uma forma
inequívoca:
Verso
4. A Caridade é paciente, é benigna; a caridade não é
invejosa; a caridade não faz sem razão, não se incha.
Verso 5.
Não trata indecentemente; não busca seu proveito; não se agasta;
não cuida mal.
Verso 6.
tudo encobre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Verso 7.
a caridade nunca se perde.
A
prática da caridade é o que nos coloca na condição de sermos
merecedores das respostas às nossas esperanças.
Talvez
você esteja se perguntando: E o amor a Deus?
O
amor a Deus é a condição magna, mas como João nos explica, se não
amamos nosso semelhante, a quem vemos, como amaremos a Deus, a quem
não podemos ver?
Amar
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, é louvar
a Deus dando graças por tudo, e praticar a caridade com o nosso
semelhante.
Esta
é a Lei, estes são os Profetas.
Esta
é a minha Esperança.
Um
Abraço Fraterno
Antonio
Canhedo
P.S.:
citações bíblicas copiadas da tradução feita por João Ferreira
de Almeida, 1ª edição, impressa pela Companhia da India Oriental,
em 1681.