Ao contrário do que
muita gente apregoa, as leis divinas não foram ofertadas em um único
ponto do globo, nem em um único momento e, muito menos, a um único
povo
Desde que o ser
humano começou a desenvolver o discernimento, mensageiros tem sido
enviados, a todos os povos e todos os pontos do globo, trazendo
preceitos de moral e fraternidade.
Todavia, quando
estes mensageiros terminam sua missão e retornam, logo os discípulos
que ele formou começam a se organizar e surge uma nova corrente
religiosa. Junto com esta organização surge a hierarquia, e começam
a aparecer líderes que se intitulam os embaixadores do seu profeta,
e até mesmo, intermediários entre a humanidade e A Divindade.
Então, quando os
preceitos começam a se distanciar demais do original, um novo
mensageiro vem para recolocar a coisa nos trilhos.
Infelizmente nem
todos aceitam estas correções, ocorrendo normalmente uma cisão em
uma nova corrente religiosa. O novo grupo passa a ser chamado de
rebelde, ou na melhor das hipóteses, progressista, e os que insistem
em manter a versão anterior são chamados de conservadores ou
ortodoxos.
Não é incomum uma
parte destes conservadores tomarem uma posição radical, tornando-se
violentos. Estes são os fundamentalistas.
Antes que alguém
pense que me refiro especificamente ao Islã (que aliás eu respeito)
quero lembrar que o Judaísmo também teve a sua fase fundamentalista
quando perseguiu e executou sumariamente os primeiros cristãos, e a
Igreja Católica também quando organizou cruzadas e instituiu a
santa inquisição, isto só para mencionar alguns casos, pois com um
pouco de pesquisa o leitor poderá encontrar registros de fases
fundamentalistas em outras religiões.
Em um determinado
momento da história, O Cristo, que eu aprendi a respeitar como O
Divino Arquiteto do nosso planeta, julgou necessário peneirar tudo o
que já se havia dito, separando o joio do trigo, como Ele mesmo
disse. E para dar autoridade ao peneirado, ele veio pessoalmente
fazer o trabalho.
Ele teria
capacidade de vir em vários pontos simultaneamente, mas novamente
aconteceria a confusão, pois cada nova corrente que nascesse, seus
discípulos reinvindicaríam o direito de posse à Verdade. Sendo
assim, escolheu vir na região que tinha melhores condições de
disseminar sua cultura mundo afora e através dos tempos, e no meio
de um povo cujas leis morais estivessem mais próximas dos preceitos
que tinha para enunciar. No primeiro caso eu me refiro ao Império
Romano, e no segundo caso ao povo judeu.
Mas Ele mesmo já
sabia que com o passar do tempo suas palavras seriam distorcidas, e
com interpretações equivocadas. Deixou claro que não seria
possível dizer tudo naquele momento, que no futuro enviaria outro
mensageiro pra ir aparando as arestas que naturalmente iriam surgir.
Na verdade Ele
enviou vários outros como Francisco de Assis, Lutero, Kardec,
Gandhi, para citar alguns nomes.
Mas, o ponto em que
eu quero chegar é que, não existe uma corrente detentora de toda a
Verdade, pois ela foi espalhada por todo o globo. Jesus disse isso na
parábola do semeador.
Se alguém quiser
encontrar essa dita Verdade, tem que se desprender do livro único, e
estudar as várias outras doutrinas existentes. Procurar estendê-las,
passando tudo pelo crivo da razão. Não há necessidade de se
aprofundar em todas elas, o que seria impossível, dado o número
expressivo de religiões espalhadas pelo mundo, surgindo novos
núcleos diariamente. Basta uma leitura nos fundamentos de algumas,
as mais populares pelo menos.
As duas regras mais
importantes são: sempre passar tudo pela peneira da razão,
observando aquilo que pode ser aplicado em qualquer lugar e em
qualquer tempo, diferenciando assim o que é lei universal do que é
convenção humana, e nunca se prender a uma única fonte.
Estude, instrua-se,
desenvolva seu senso crítico, liberte-se.
“… conhecereis
a Verdade, e a Verdade vos libertará...” (João 8:32).
Um Abraço
Fraterno.