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“A Ciência e a Religião, perderam, uma e outra, o seu dom
supremo – que é a educação da consciência humana. Está perdida a arte de formar-se e criar-se almas e ela só será redescoberta quando a
Ciência e a Religião, repensadas e refundidas em uma única força viva, convergirem para a sublime tarefa de magnificar a Humanidade”.
A ciência e a religião são duas doutrinas que se ocupam da mesma fonte, que são as leis naturais.
supremo – que é a educação da consciência humana. Está perdida a arte de formar-se e criar-se almas e ela só será redescoberta quando a
Ciência e a Religião, repensadas e refundidas em uma única força viva, convergirem para a sublime tarefa de magnificar a Humanidade”.
Édouard Schuré
A ciência e a religião são duas doutrinas que se ocupam da mesma fonte, que são as leis naturais.
O universo, ao que tudo indica, é eterno, ou seja, nunca teve um
começo, e nunca terá um fim,atributo, aliás, de seu Criador.
Interessante também o título de Criador, mas é como a
espiritualidade maior se refere a Deus, e parece, a princípio,
contrassenso chamar de criação algo que sempre existiu, mas devemos
lembrar que o universo está em constante movimento, com mundos
nascendo e morrendo.
Nem precisaríamos pensar tão macro. Se ficarmos só na observação
do nosso planeta, veremos que nem os continentes estão livres de
nascer, ter uma história e morrer, e um novo tomar seu lugar. Isto é
a constante criação.
A mente humana está longe de ter capacidade para compreender o
eterno. Só de tentar imaginar o espaço sem dimensões dá vertigem.
A gente se limita a aceitar.
Teorias, fantásticas ou simplistas são elaboradas, como a do Big
Bang, mas nenhuma delas foi suficiente para fechar a questão.
É bom que seja assim, que se continue tentando, porque é da nossa
natureza não se contentar com a falta de respostas, e no caminho
para tentar entender, muitas outras perguntas vão sendo respondidas.
Mas pelo menos podemos afirmar que quando o nosso mundo foi criado,
o universo já existia, assim como suas leis.
E foi com essa matéria-prima, sob a regência destas leis, que tudo
o que está a nossa volta foi feito e existe.
O que são então a ciência e a religião, se não doutrinas que
estudam estas leis naturais e esta matéria-prima?
A humanidade, no seu surgimento, atendendo aos instintos de
preservação e mútua proteção, começou a se agrupar em bandos,
onde aparece a hierarquia, dos mais velhos sobre os mais novos, e dos
mais fortes sobre os mais fracos, onde um protegia e o outro
obedecia, aguardando a sua vez de proteger e ser obedecido.
Surgiu então a figura do Sábio, geralmente o mais velho, que
conhecia a regularidade dos fenômenos, e podia até prever alguns
eventos, como a chuva e as estações do ano.
Alguns fenômenos precediam outros, como as fases da lua e o
resultado da pesca. Deviam ter relação. Ao que parece, a lua
interfere no comportamento dos peixes.
E se conseguíssemos convencer a lua a mandar os peixes subirem? O
que eu posso fazer para agradar a lua? Quem sabe pedindo com fervor,
ou oferecendo um presente.
Surge o misticismo, e o Sábio se torna Sacerdote.
Com o aumento dos grupos e a formação das aldeias fixas, o
sacerdote passa a ser uma ocupação exclusiva, com direito de não
caçar nem plantar para poder viver.
A complexidade das sociedades vai aumentando, e o sacerdote começa
a ter cada vez mais autoridade.
O sacerdote só não mantém a liderança total porque, uma outra
figura, com maior “poder de convencimento” assume esta posição:
o Militar.
Os sacerdotes formam uma classe hierarquizada, com divisões de
tarefa e especialização, de acordo com interesses e afinidades
pessoais.
Uma parte ocupa-se de reproduzir fenômenos e truques.
Surge então um novo personagem: o Mago.
Neste momento a religião e a ciência começam a se separar.
Os sacerdotes administram a moral e a relação com as divindades,
mas o mago é capaz de manipular os elementos.
Com os militares na liderança (afinal, são eles que garantem a
segurança), a manutenção do prestígio torna-se cada vez mais
trabalhosa. A concorrência interna enfraquece a classe.
Os magos e os sacerdotes acabam por se separarem em duas classes. É
cada um por si.
É o ponto em que a ciência e a religião começam a se hostilizar.
Com o passar das gerações, a ciência nega cada vez mais a
influencia das divindades, apoiada em leis universais e imutáveis.
A religião, em resposta, apoia seus argumentos nas leis morais, que
não são menos imutáveis e universais.
Assim como não se pode infringir as leis naturais sem
consequências, desconsiderar as leis morais também não fica
impune.
A ciência desacredita a religião, e a religião excomunga a
ciência, embora inúmeras vezes, a razão e o bom senso obriguem as
duas a concordarem em alguns pontos.
Após longos séculos de separação, num momento recente da
história, mais precisamente no século XIX, surge uma terceira
doutrina, que começa a observar tudo de forma imparcial e
desapaixonada, reunindo novamente a ciência e a religião,
demonstrando que as leis naturais e as leis morais são apenas
leituras da mesma lei magna, a lei divina, a Lei de Deus.
Demonstra que tanto a gravitação dos astros quanto a
solidariedade, são expressões da mesma lei, a lei da
interdependência e do apoio mútuo. Que a doação de amor e a
doação de elétrons obedecem a mesma lei, a lei da completação e do equilíbrio compartilhado.
Esta terceira doutrina iniciou o processo de reunião da religião e
da ciência, e esta reunião não poderá ser contida.
É só uma questão de tempo para que ambas reconheçam que já
atingiram o seu limite individual, e que só conseguirão avançar no
conhecimento e no progresso se unindo e se completando.
A humanidade espera e anseia por isto, para ter novas respostas e
novas esperanças.
Qual o nome desta terceira doutrina?
O homem que a codificou criou o termo Espiritismo.
Mas isto pouco importa, é apenas uma nomenclatura, somente porque
as pessoas necessitam de dar nomes as coisas para poder defini-las.
O importante é que esta doutrina cumpra seu papel de indicar o
caminho do progresso da humanidade.
Quanto aos títulos religiosos e científicos (cristãos, físicos,
islamitas, químicos, semitas ou biólogos), ninguém precisa
abandoná-los.
Gradativamente, todos se reconhecerão e apoiarão.
Todos se verão como Irmãos.
Um Abraço Fraterno,
Antonio Canhedo
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