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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Preconceito


          A imprensa traz todos os dias notícias de atos de preconceito. Mas não traz de todos.
          São sempre notícia, aqueles que partem das “maiorias” contra as “minorias”. As manipulações das notícias, atendendo aos assuntos que estão em moda, omitem muitos fatos, tão ou mais graves, que nunca são dignos de nota.
          Se você for analisar, dado a grande diversidade, todos nós somos diferentes da maioria dos outros indivíduos do nosso meio, e fazemos parte de alguma minoria no grupo. As vezes somos o mais novo, ou o mais velho, nosso cabelo é diferente, usamos óculos, somos obesos, nascemos em outro estado, adotamos uma doutrina religiosa diferente. 
          E sempre haverá alguém que aproveita esta diferença para fazer uma anedota, ou nos hostilizar, por medo inconsciente de afetarmos a estabilidade social do grupo.
          Aí vemos casos de pessoas com pouca renda fazendo comentários constrangedores contra outros de situação financeira melhor. 
          Vemos grupos musicais, todos da mesma cor de pele, darem-se nomes, que ditos por pessoas de outra cor, seriam considerados ofensa. Vemos comportamentos considerados escandalosos ou ridículos quando praticados por qualquer pessoa, independente do seu sexo, mas que devem ser tolerados quando adotado por determinado grupo.
          O direito sagrado de ser diferente é de todos.
          Dar proteção privilegiada a alguns, e a outros não, isto sim é a pior forma de discriminação, é a discriminação regulamentada.
          E o prior é que agrava o problema, pois também regulamenta a existência clara e identificável de uma diferença do protegido em relação a maioria.
          Pense bem na lógica inconsciente da coisa: se você é diferente, você não é igual, e para haver igualdade de direitos, é preciso que todos sejam iguais.
          Se você próprio se reconhece como diferente, irá fatalmente ter seus direitos diferenciados.
          O preconceito é um fenômeno social, e tem dinâmica própria.
          Criar leis tentando proibi-lo é ineficiente, e só piora, pois cria uma barreira de proteção, que estimulará outros grupos a tentar derruba-la ou contorná-la.
          Não vejo outro caminho que não o da educação e da conscientização.
          Parafraseando Sócrates, se educarmos as crianças, não precisaremos punir os adultos.
          A educação gera segurança, e a segurança alicerça o respeito.
          Daí está mais perto da fraternidade, onde todos nos vejamos como irmãos, filhos do mesmo Pai Maior, discípulos do mesmo Mestre.
          Invistamos mais na educação e ensinemos nossas crianças que somos todos iguais, da mesma raça... A raça humana.


Um Abraço Fraterno
Antonio Canhedo

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