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terça-feira, 19 de julho de 2011

O aleijado moral


          A exemplo dos aleijados físicos, que tem algum tipo de deficiência física, existe um outro tipo de aleijão: o aleijado moral.
           Não é aquele que desconhece o que é certo ou errado, este é o ignorante.
          O aleijado moral é aquele que tem consciência de que está errado, mas não sente remorso pelo que faz. E são mais comuns do que se pensa.
           De certa forma, todos nós o somos, em maior ou menor grau. Nos comportamos como aleijados morais quando desrespeitamos as leis de transito, furamos uma fila, aceitamos troco a mais e não devolvemos, caluniamos alguém, etc...
           Falemos sobre os casos mais graves, falemos sobre os criminosos. São pessoas que tomam os bens alheios, machucam e tiram vidas, e conseguem conviver normalmente com isso.
           Salvo casos de patologias mentais, estas pessoas são frutos do meio. A falta de acesso a escola contribui em muito, mas a estrutura familiar tem papel importante. Uma família desajustada moralmente é o ambiente propicio. E a responsabilidade não se restringe ao curto circulo familiar, o meio social também tem peso no processo, e a medida em que o indivíduo cresce e começa a se relacionar com a vizinhança, depois com o bairro, e a cidade, a interação com a cultura vai gravando marcas fundas.
           Daí então outro fator começa a ter sua ação, que é a personalidade que se traz ao nascer, aquela que já faz parte da nossa historia milenar no revezamento das encarnações.
           O indivíduo ao nascer já traz consigo suas más tendencias, e o meio pode direcioná-las a correção, ou agravá-las.
           Aí, Amigo leitor, começa a sua parcela neste processo. Cada vez que você tolera pequenos desvios de conduta, ou os comete conscientemente, está contribuindo para criar ou manter um ambiente cultural onde o aleijado moral encontra campo para expandir os hábitos que ele deveria estar corrigindo.
           Sim, o aleijado moral deve ser responsabilizado por seus atos, mas nós temos a nossa parcela de culpa, por menor que seja, e, assim como ele responderá diante da Divina Providência pelo mal que fez, você também terá que responder pelos maus exemplos que deu, contribuindo para mantê-lo desviado do caminho do progresso.
           A cura para este mal está nas leis morais que O Cristo nos trouxe :Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.
           Temos a obrigação de ser éticos em nossa conduta, não nos julgando santos ou virtuosos, mas com simplicidade e sem alarde, afinal não estamos fazendo mais que cumprir uma obrigação. Basta fazer a sua parte, da melhor forma possível, sempre se perguntando a cada passo como você gostaria de ser tratado e o que você gostaria que te fizessem.
           Comece hoje a fazer a sua parte, e, quem sabe, ons nossos netos possam ter um meio melhor e mais ético para viver, tendo como preocupação a sobrevivência através do trabalho, livres do fardo de ter que se proteger dos semelhantes.

Um Abraço Fraterno

Antonio Canhedo

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