Porem, você já parou para refletir no que está dizendo e
pedindo? Ou simplesmente recita?
Nesta oração, primor de criatividade por ser curta, simples,
objetiva e completa, encontramos a adoração, a submissão, o compromisso e a súplica,
desde material quanto espiritual, num roteiro pelo qual deveriam passar todas
as orações que formulamos.
Vamos observar cada uma das passagens.
- Pai nosso, que estais
no céu, santificado seja o vosso nome;
Você começa reconhecendo-O como nosso criador, Pai maior,
posicionando-O acima de nós, tanto hierarquicamente, quanto fisicamente,
adorando-O, santificando seu nome.
-Venha a nós o vosso
reino;
Aqui está a submissão, onde se entende que um reino é
formado por leis e regras, e que, se estamos pedindo que este reino venha a
nós, estamos nos propondo a seguir este conjunto de leis.
-Seja feita a vossa
vontade; assim na terra como no céu.
Ato de completa resignação aos desígnios de Deus, não só em
nossa esfera imediata, mas também nas esferas distantes.
-O pão nosso de cada
dia, nos daí hoje;
Iniciam-se as suplicas, começando pelas necessidades físicas.
Considere que o próprio Cristo disse que nem só de pão vive o homem, então
quando você pede pelo pão, está englobando o restante, mas focando o essencial.
O supérfluo fica de fora.
-Perdoai as nossas
dividas (ou ofensas);
Também súplica, desta vez pela misericórdia divina. Também é
um reconhecimento de que falhamos com o nosso semelhante. Usar o termo dívida
ou ofensa é uma escolha pessoal, sendo que o sentido neste caso é o mesmo.
Observe que você esta abrangendo não só as agressões abertas, mas também
aquelas discretas, indiretas, e até mesmo os pensamentos não externados, e as
vontades não concretizadas apenas por falta de oportunidade.
-Assim como nós
perdoamos aos nossos devedores (ou quem nos tem ofendido);
Acredito que esta seja a frase mais grave e a menos
refletida da oração, pois estamos pedindo ao Criador que utilize conosco da
mesma indulgência que utilizamos com os outros, que nos perdoe na mesma
proporção que perdoamos, que nos julgue com nossa própria balança. Em outras
palavras, que não nos perdoe se não perdoamos aos nossos semelhantes.
-Não nos deixeis cair
em tentação;
As tentações virão.
Pedimos então que Deus nos dê uma forma de não cedermos a elas. Esta forma vem
muitas vezes na forma de conselhos de amigos, mais velhos, lideres, ou na forma
de “vozes” em nossa própria consciência, indicando o caminho certo a seguir. Se
vamos ou não seguir, bom, isto é com nosso livre-arbítrio, mérito ou culpa
inteiramente nossa.
-Livrai-nos do mal;
Auto-explicativo.
-Amém.
Por fim, a conclusão.
Vem do grego, e significa “assim seja”. Ambas as expressões
são comumente usadas.
Na próxima vez que for recitar esta oração, faça-a lenta e
calmamente, refletindo sobre o significado da cada frase, e nos compromissos
que você estará assumindo.
Uma dica: Evite fazer adendos, pois ela já é completa, e
exercite orar de improviso, falando do que lhe vem no coração.
Lembre-se, Deus o criou, e sabe dos seus pensamentos mais
profundos. É seu Pai, o ama e quer seu bem. Não tenha receios de se abrir com
Ele.
Um abraço fraterno.
Antonio Canhedo
Nenhum comentário:
Postar um comentário